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a hunted time por Thirdbase

17 de Julho, 10:00

a hunted time é uma exposição coletiva com a curadoria de Nicolai Sarbib e David Revés com trabalhos de Ana Mata, António Neves Nobre, Christine Henry, Cristina Regadas, David Leal, Diogo Gama, Diogo Lança Branco, Inês Brites, Inês Neto dos Santos, Joana Ramalho, Márcio Matos, Mariana Gomes Gonçalves, Rita Senra e Vitor Serrano.

Se a história da Humanidade poderá ser definida por um movimento de constante fuga ao Tempo, mas também pela sua paradoxal perseguição, então todas as nossas invenções e edificações viverão nesse conflito indissociável, mesmo que muitas vezes inconsciente, entre uma tentativa de aprisionamento e um lugar de protecção (ou conforto). Os deuses individuais ou colectivos, a casa e o templo, os objectos, a linguagem, os mitos e as imagens, a arte… Todos esses filtros simbólicos e técnicos que fomos desenvolvendo para envolver a experiência, medi-la, fixá-la, ou estancar a sucessão. Aparentemente estabilizando as forças intempestivas do Tempo, de todo o Real, que nos atravessa e excede, mas que sempre se abate sobre nós e as coisas. A Hunted Time, explora todas essas relações e ligações oblíquas, recebendo-as, moldando-as, expandindo-as em faces múltiplas e diversas. Nesta casa que agora se abre, outrora habitada e neste momento tomada por esta ex-posição, cada obra desenha-se distintamente enquanto imagem de um tempo dentro do Tempo (ou enquanto um tempo da imagem), integrando uma partitura geral que se pretende compor como indicadora de espaços de construção, assombro ou deflagração do sensível, bem como de uma qualquer radicalidade — ou mistério — imanente ao mundo e à vida. Nestes espaços circulamos por entre tempos sagrados, tempos primordiais, derradeiros ou pós-temporais. Mas também tempos da matéria, orgânicos, terrenos, tempos humanos — entre o tempo da carne e o tempo que o corpo pode: onde a mão se levanta, onde a visão se produz, onde a voz se faz ouvir. Tempos onde a finitude se marca, onde a renovação se vislumbra, e onde um instante de eternidade se pode também tocar.